Um helicóptero que transportava um "Papai Noel" contratado para animar a festa de Natal das crianças das favelas Baixa do Sapateiro e Nova Maré, no Complexo da Maré, zona norte do Rio, foi atacado a tiros por traficantes da rival e vizinha Vila do João, no fim da tarde de ontem. A aeronave foi atingida por dois tiros, provavelmente de fuzil, mas não sofreu pane e voltou ao aeroporto de onde decolou. Ninguém ficou ferido.
O delegado Aldari Vianna disse que o piloto, cujo nome não foi divulgado, se enganou ao ver uma aglomeração na Vila do João. "Ele viu as pessoas e achou que a festa era ali. Quando começou a descer, foi atacado. Provavelmente os traficantes acharam que era um helicóptero em operação policial, mesmo que não estivesse identificado como aeronave da Polícia Civil, nem da Polícia Militar", explicou.
"Acho que houve um erro no plano de vôo. Ele baixou muito a aeronave em uma favela rival que não sabia que, nela, havia um 'Papai Noel', e atiraram. Aqui o tráfico é do Terceiro Comando, lá é Amigo dos Amigos. Mas nós, da associação, não temos nada a ver com isso. Procuramos fazer uma festa para a comunidade e não temos nada a ver com os traficantes", afirmou o presidente da associação de moradores da Nova Maré, Flávio Soares.
O "Papai Noel", que pediu para não ter o nome divulgado, foi apanhado por um carro da associação de moradores e voltou para a favela, onde distribuiu cerca de 700 presentes. "Fui contratado para animar uma festa. Como 'Papai Noel', fiquei muito triste porque vi que as crianças ficaram frustradas. Foi divulgado que eu chegaria de helicóptero, o que não aconteceu. Mas providenciaram um carro e eu fui fazer meu trabalho. Infelizmente a violência do Rio está demais. Mesmo assim continuo tentando levar uma mensagem de esperança e paz no Natal", disse.
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